«Ontem, dia de festa, esteve aqui a J. Não sabia o que é que eu tinha, mas via-me inquieta. Abri quase a boca para me queixar. Mas queixar-me de quê, ou de quem, contar o quê? Nunca fui confidente nem desbocada. Não tinha nada que lhe contar! Bastava-me aquele desassossego, aquela austeridade irritada... Mas se ela me tivesse dito uma só palavra mais, eu chorava. Ainda bem que me contive.
O mal é sempre velho em nós. Antes sufocá-lo que dar-lhe largas. Para quê?»
(1992: 17)